sexta-feira, 1 de maio de 2015

A arquitetura de "The Grand Budapest Hotel"


Direção: Wes Aderson
Designer de produção: Adam Stockhausen
Ano: 2014
Oscars: Melhor figurino, melhor maquiagem e penteados,melhor direção de arte e melhor trilha sonora.


O Filme
The Grand Budapest Hotel conta a história de Gustave H., o concierge de um lendário hotel na Europa e sua amizade com um jovem funcionário que se converte em seu protegido de confiança. A história fala do roubo e a recuperação de uma importante e valiosa pintura renascentista, a batalha pela enorme fortuna de uma família e os levantamentos lentos e repentinos que transformaram a Europa durante a primeira metade do século XX. Tudo marcado  por uma vistoza e um pouco exagerada estética em referente aos anos 30, entre as duas guerras mundiais.


Localização
Ao contrário do que se pensa, o hotel não está localizado em Budapeste, mas sim em uma cidade chamada "Lutz" em um país fictício chamado Zubrovka, na Europa Ocidental. A cidade de Lutz foi inspirada em Budapeste, Praga e Viena e alguns elementos são retirados de uma cidade Checa chamada Karlove Vary. O filme foi rodado em Gorlitz, (Alemanha Oriental) perto da fronteira com a Polônia. Para a localização dos interiores, o diretor Wes Anderson e o designer de produção Adam Stockhousen escolheram a Gorlitzer Warenhaus, uma loja de departamentos Art Noveau vazia.



Cenografia
A cenografia de Anna Pinnock,  apresenta os mais suntuosos cenários já utilizados em um filme de Wes Anderson. Não é pouca coisa não, essa cenografica espetacular rendeu ao filme um Oscar de Melhor Direção de Arte. Dignos de aplausos infinitos. Cores fortes e alegres como o rosa, vermelho e roxo são predominantes no filme, sem contar na magnífica fachada cor de rosa. O espectro de cores de cada cena é torna-se deslumbrante quando se tem um casamento com a simetria persistente e marca registrada do diretor.
A decoração do hotel tem total inspiração na Art Noveau e alguns elementos inspirados na Art Deco.
Os cineastas buscaram inspiração nas pinturas românticas de Caspar David Friedrich, do século XIX.








No filme há referências claras ao fascismo e símbolos fascistas ("ZZ", o emblema assinatura, recorda a aliterativo "SS"), e os personagens interpretados por Willem Defoe e Adrien Brody são chamados de "idiotas fascistas"


A Simetria de Wes Anderson















A maquete do hotel e o projeto
Fiquei surpresa quando soube que a parte externa do hotel, na verdade, é uma maquete. Criada pelos  arquitetos do Studio Babelsberg  a maquete artesanal tem mais de 2,5 metros de altura e foi feita a partir de elementos de madeira, vidro e plástico.
O trem onde se passam duas cenas importantes do filme também contou com a ajuda de arquitetos e designers para ser erguido. “Nós fizemos um trem, mas não era um trem de verdade […] era feito de papelão e fita adesiva e algumas madeiras e tinta. É muito difícil passar realismo em uma filmagem assim – mas acho que conseguimos”, afirma Adam Stockhausen, designer de produção.







Não deixem de assistir a essa obra-prima de um autor que não cansa de criar e usar sua imaginação de forma benéfica, num estilo visual que já marcou seu lugar na história do cinema.