quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Chris Downey e a arquitetura para cegos


O arquiteto de San Francisco Chris Downey perdeu a visão em 2008 após uma cirurgia para remover um tumor benigno no cérebro que estava pressionando o seu nervo óptico. Para alguém cuja subsistência dependia fortemente da visão, tal perda poderia ter forçado uma mudança drástica na carreira.
Mas Downey nunca considerou deixar a arquitetura. Em vez disso, voltou para o escritório um mês após a cirurgia mal sucedida e nos anos seguintes, encontrou incríveis maneiras de trabalhar com a sua cegueira.

"Uma parte essencial de lidar com a cegueira foi abraçando o desafio", ele diz neste vídeo do Instituto Americano de Arquitetos.

Downey ingressou no design pelo Independent Living Resource Center of San Francisco, uma organização sem fins lucrativos que fornece serviços e treinamento para pessoas com deficiência. Ele está atualmente trabalhando no projeto da nova sede para o LightHouse for the Blind and Visually Impaired, em San Francisco e colaborando com engenheiros acústicos para tornar o espaço sonoramente útil para aqueles que dependem do sentido da audição para ajudar na sinalização.

PLANTA EM ALTO-RELEVO DE UMA IMPRESSORA DE GRANDE FORMATO USADO POR DOWNEY.       ©DON FOGG
Para trabalhar, Downey utiliza uma impressora de gravação — que imprime gráficos táteis e braille — e um inTACT Sketchpad para leitura e desenho de plantas. Ele acredita que, na concepção de espaço, um arquiteto precisa ser o melhor a entregar experiências multissensoriais visando torná-las mais eficazes para aqueles com deficiência visual. Ao fazer isso, ele acredita que eles estão melhorando os espaços para todos.

DOWNEY USA FERRAMENTAS DE CERA CHAMADAS WIKKI STIX PARA SKETCH EM PLANOS EM RELEVO.   ©DON FOGG

Em um TED Talk de 2013, Downey fala sobre como suas interações com o mundo mudaram junto com sua visão. Ele desenvolveu o "outsights" sobre as muitas experiências sensoriais sutis que todos nós experimentamos em navegar o mundo e as pistas que recebemos de sons, cheiros e sentimentos.

GRÁFICOS TÁTEIS PARA CEGOS TAMBÉM INCLUEM PLANOS AXONOMÉTRICA EM ALTO-RELEVO, QUE DEVEM SER LIGEIRAMENTE SIMPLIFICADOS PARA SEREM LEGÍVEIS PELAS MÃOS.    ©DON FOGG
Assista a palestra de Downey no TED Talk abaixo.


Confira os seus projetos aqui.


quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Arquitetos e arquitetura unidos em Batman, Death by Design


A arquitetura gótica, com suas catedrais erguidas ao longo de gerações e pés-direitos insanos, está entre as realizações mais surpreendentes da humanidade. Na cultura pop dos quadrinhos, poucos ícones são tão representativos do estilo gótico quanto Batman. Seja qual for o contexto de suas histórias, a arquitetura é sempre presente de forma fundamental. Batman: Death by Design explora essa relação íntima entre o personagem e seu pano de fundo arquitetônico.

Essa é a primeira graphic novel original com o herói que a DC Comics lança nos últimos anos. E é por um bom motivo. Será o primeiro trabalho de Chip Kidd - o designer conhecido por capas e projetos gráficos de diversas HQs, assim como de importantes obras literárias, além de fã confesso de Batman - roteirizando quadrinhos.
A trama envolve uma renovação arquitetônica em Gotham City que envolve a construção de vários prédios - que de repente começam a explodir. É a obra de um novo vilão, Exacto, que quer revelar algo de podre nas construtoras que comandam a cidade de Batman. Assim começa a primeira aventura, envolvendo um líder sindical corrupto, um arquiteto egocêntrico, uma bela heroína e um novo vilão/vigilante/crtítico arquitetônico.
A história foi criada sob a visão do escritor, designer gráfico e fã do Batman desde a infância, Chip Kidd. Quando a DC Comics lhe ofereceu esse projeto dos sonhos, ele se aproximou de um projeto totalmente pessoal: juntar sua paixão pelo design com o seu amor por comic books. "Batman: Death by Design" nasceu.


Limitado a 100 páginas pela DC Comics, Kidd pensou que deixar Robin de fora da publicação seria uma complicação a menos ao enredo e daria mais espaço para desenvolver novos personagens. Fãs de Batman geralmente não são grandes fãs do Robin. Ele também decidiu retirar o Comissário Gordon simplesmente porque ele queria que o seu Batman fosse um herói fora da lei, sem ter que se preocupar com a polícia na sua cola. Mas, personagens clássicos como o Coringa estão incluídos, juntamente com Alfred, o mordomo fiel.

O autor afirma que “cada página é uma carta de amor do lápis ao papel”, em referência à delicadeza com que os prédios são retratados. Uma forma diferente de retratar Gotham, a cidade-símbolo do espírito gótico. Enfim, aqui fica a dica de leitura para admiradores da arquitetura e hq's!


Clique aqui para fazer o download da graphic novel e boa leitura!

terça-feira, 4 de agosto de 2015

ARCHLIFE, por Federico Babina

© Federico Babina 
Federico Babina, arquiteto espanhol, vem chamando a atenção com suas ilustrações inspiradas na aquitetura + cinema. "Diretores são como arquitetos do cinema", disse certa vez e obviamente, com toda a razão. Aqui, as ilustrações da série ARCHLIFE apresenta ícones do cinema em interiores modernistas de grandes arquitetos, como Mies van der Rohe, Le Courbusier e Bonet.

Imaginar como seria o ambiente caseiro frequentado por esses grandes nomes do cinema torna-se então realidade pela mente brilhante do artista.
"Estamos acostumados a observar e ler a arquitetura como um conjunto quase metafísico de espaços. De modo similar vemos os atores como personagens, não como pessoas. "Eu queria tentar reverter esses padrões: transformar esses interiores em 'casas' e os atores em 'pessoas'."
Babina cultiva uma aversão à falta de vida nas representações arquitetônicas que, segundo ele, "são frequentemente assépticas, limpas e neutras." Ele gosta de imaginar como seria a vida nessas imagens estáticas.

Ele acertou em cheio: suas ilustrações formam um combo entusiástico, são injeções de criatividade e referência quando o que procuramos está conectado ao cinema + arquitetura.

© Federico Babina 

© Federico Babina 


© Federico Babina 

© Federico Babina 

© Federico Babina 

© Federico Babina 

© Federico Babina 

© Federico Babina 

© Federico Babina 

© Federico Babina 

© Federico Babina 

© Federico Babina 

© Federico Babina 

© Federico Babina 

© Federico Babina 

© Federico Babina